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Mostrando postagens de novembro, 2020

Canção do Cristão Medieval, Marco Telles Belohuby | ACQMF #9

    "Oh Jesus, manso e humilde de coração, / ouve-me, livra-me, Jesus, / do desejo de ser estimado, / do desejo de ser consultado, / do desejo de ser exaltado."  Dessa vez, um hino bem diferente dos demais. Esse corta muito, muito fundo. É sobre humildade, uma das preocupações que a graça de Deus necessariamente traz a nós. Será que estamos mansos e humildes de coração como o Senhor Jesus Cristo requer?       Introdução  Essa canção pode ser dividida em duas partes:   Parte 1: Petição - As primeiras 5 estrofes são os pedidos do cristão por humildade genuína. Esses pedidos são: I. A primeira e segunda estrofes são sobre não buscar vanglória; II. A terceira estrofe é sobre não temer a humilhação; III. A quarta e a quinta são sobre se alegrar com a alegria dos outros.  Parte 2: Motivação - A última estrofe declara o que nos motiva a buscar essa humildade.   Estou fazendo essa organização para te incentivar a pensar bastante sobre cada trecho. Medite. Meu esforço é apontar para a

Veremos a Sua Face e Seu Nome estará sobre nós | Apocalipse 22:3-4

   Você já deve ter se perguntado como será o Céu. Ou melhor, sendo mais bíblico, como será a vida na Nova Jerusalém? Bom, essa pergunta é muito ampla. Creio que na realidade a pergunta que mais toca o coração, e que mais temos proveito em procurar e descobrir, seja essa: Eu realmente vou estar junto de Deus, ou Ele ainda estará longe? Vamos explorar um pouquinho da resposta a essa pergunta a partir do finalzinho de Apocalipse.       “Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão. Eles verão a sua face, e o seu nome estará na testa deles.” Apocalipse 22:3-4 NVI  Trecho breve mas riquíssimo! Em suma, nós, a Sua igreja, O serviremos. Ou seja, Deus mesmo, o próprio Deus Triúno, habitará na mesma cidade que nós, e nós O serviremos. Isso quer dizer que o Senhor estará acessível— na mesma cidade, e nós com permissão e liberdade de ir até Ele, na Sala de Seu Trono. Deus estará perto de nós, e nós perto dEle. Mas essa resposta ainda

Louvor ao Deus Triuno, Stênio Marcius | ACQMF #8

        Louvor ao Deus Triuno, Stênio Marcius      "Ao Bendito Deus Triuno / gratidão e honra / Pai Eterno, Filho Amado e o Divino Espírito / que de nada precisando / simplesmente fala!"  Mais uma vez o nosso irmão Stênio Marcius aparece aqui, e glória a Deus por isso. Esse é um hino que eu acredito que não aparece em nenhum disco dele, e nem está no Spotify, mas é riquíssimo. Foi ouvindo ele que eu comecei a ver uma beleza especial no fato de que Deus é Triuno. Extraordinária e expansiva liberdade  Vamos começar olhando logo a primeira estrofe:   "Ao Bendito Deus Triuno, gratidão e honra, Pai Eterno, Filho Amado, e o Divino Espírito, que de nada precisando simplesmente fala! E o universo inteiro se apresenta para o adorar."  Lindo! O ritmo na canção complementa perfeitamente o que é dito, é de tirar o fôlego. Primeiro, "de nada precisando". Nós temos que lembrar sempre que Deus é Triuno – Pai, Filho e Espírito Santo – e por isso Ele é suficiente em si m

A traição de Monk e a Sinceridade de Deus | Comentário Cultural

 A série Monk, uma das minhas preferidas, acompanha um detetive particular com TOC, perfeccionismo e outras particularidades. Ele é um detetive extraordinário, capaz de resolver qualquer caso. Ou melhor, qualquer caso, exceto um: o assassinato da sua esposa, ocorrido muitos anos antes do que é retratado na série. Ele amava profundamente a esposa, Trudy, e mesmo oito anos depois da sua morte ainda não conseguiu deixar de pensar constantemente sobre ela, lamentando todos os dias a sua morte. Ele vive sozinho, e sua felicidade é relembrar a vida alegre que teve com ela.  No entanto, em determinado episódio da quarta temporada, Monk recebe uma notícia aterradora: Testemunhas disseram que Trudy está viva, tendo apenas forjado a própria morte para deixar Monk em paz. Ao saber disso, o detetive entra em crise e fica catatônico. Não sabe o que dizer, não sabe o que pensar. A cena é comovente. As únicas palavras que ele diz, completamente atônito, são:  "Se isso for verdade, então nada é v

Das Veias de Emanuel, Edilson Botelho | ACQMF #7

         Das Veias de Emanuel, Edilson Botelho       “Há uma fonte transbordando sangue puro, / que nasceu das veias de Emanuel. / Quem morreu na amargura do pecado / sabe o quanto é doce nela mergulhar.”  Um hino lindo. De todas canções compostas pelo Stênio Marcius, essa é a que ainda mais me fere todas as vezes que escuto.¹ O irmão Edilson Botelho canta a imagem de um lago que brota sangue para falar da nossa salvação. É desconfortável? Sim, essa imagem é bastante gráfica e violenta. É incrivelmente acertada? Sim, é a imagem que me dá a maior esperança quando lembro do meus pecados.      Sangue. Morte. Salvação.  Vamos seguir o fluxo do hino. Vamos começar justamente com essa imagem: “Há uma fonte transbordando sangue puro que nasceu das veias de Emanuel.” Ele quer que vejamos um lago, transbordando só de sangue. Se acompanhamos a fonte de onde ele sai, nossos olhos são levados à Cruz, pois é de lá que esse sangue escorre, vertendo dos ferimentos de Jesus Cristo. Emanuel é um nome d

2 Pontos das 95 Teses | Fé e Sofrimento

2 Pontos das 95 Teses "Seja considerado tolo  Todo aquele que disser  "Paz, Paz!"   Sem que haja paz.  Seja considerado Justo  Todo aquele que disser  "Cruz, Cruz!"  Sem que haja cruz."  ~ Tese 95, João Manô  Essas duas estrofes do hino "Tese 95", de João Manô , são retiradas diretamente das 95 teses de Martinho Lutero. Especificamente, a primeira estrofe citada é a tese 92 e a segunda estrofe é a tese 93. Quando descobri isso achei incrível, pois enriquece muito a música, e por isso pretendo trazer a nossa atenção a essas duas teses e extrair delas o cerne das questões que Lutero tratou ao protestar contra a teologia da Igreja Católica Romana, a saber, a validade das indulgências e o sofrimento cristão.       Tese 92 - Conforto infundado  Vamos começar com a tese 92:      "Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz."¹  Se você tem alguma noção do contexto da época da Reforma, você provavelm