Embrulhado em panos, posto em uma manjedoura. Foi assim que o Filho de Deus chegou ao mundo. Eles estavam longe de casa: Sua mãe Maria e José, esposo dela, estavam em uma viagem de última hora — o governo exigiu que voltassem a Belém, cidade natal de José, para que ele fizesse o censo; Maria estava grávida, mas mesmo assim teve que enfrentar a jornada. Quando chegaram, Maria já entrou em trabalho de parto. José corre, mas ele não era o único que precisou viajar: todos homens nascidos em Belém do país todo também tinham vindo à cidade para o censo, então a notícia que ele recebe na hospedaria é simples: "Não há vagas". Mesmo com a mulher grávida, não havia lugar na hospedaria para eles. De algum jeito, conseguiram ficar em um estábulo ou coisa do tipo, e ali Maria deu à luz — deu a Luz à luz: nasceu o menino tão, tão aguardado; e ela, cuidadosa e carinhosa, enfaixou o bebê, e o deitou (que situação!), não em um bercinho, mas no que estava disponível: uma manjedoura.
"Embrulhado em panos, posto em uma manjedoura", foi isso que o anjo deu ênfase quando falou sobre o menino que tinha acabado de nascer. Sim, porque um anjo apareceu, mas não ali no estábulo, para encorajar Maria e José. Não, o anjo apareceu em algum lugar longe da cidade, no campo, onde alguns pastores de ovelhas estavam vigiando o rebanho à noite. Não, o anjo não anunciou a notícia em palácios, aos nobres e ricos; não anunciou nem sequer no templo, aos sacerdotes e fariseus — ele foi anunciar a boa-nova aos pastores de ovelhas, simples trabalhadores do turno noturno no campo.
O anjo apareceu em luz e glória (e como se assustaram os pastores quando o viram!), e disse: "Não tenham medo, trago boas notícias de grande alegria! Hoje nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor." E então explicou que o menino bendito era um que estava envolto em faixas e deitado em uma manjedoura. O mais impressionante é que antes mesmo de sabermos a reação dos pastores, sabemos a reação dos anjos: eles não se contêm — uma multidão aparece junto do mensageiro, transbordando de felicidade, e começa a louvar a Deus por essa nova maravilha, a maior de todas: o Senhor veio aos homens.
Assim, os pastores foram, encontraram Maria, José e o menino Jesus, e voltaram glorificando a Deus pelo que tinham visto.
Embrulhado em panos, posto em uma manjedoura. Essa imagem é um resumo do brilho do Natal. Por um lado, Cristo era amado — por isso foi cuidadosamente agasalhado; por outro, veio para passar grande humilhação — por isso em vez de berço teve de ser deitado em uma manjedoura. Ele, o Filho de Deus, decidiu por amor encarnar e ser também homem: o Glorioso humilhado, o Amado rejeitado, o Forte fraco, o Grande pequeno, o Elevado descendo à Terra, o Rei envolvido na cidade, no coração do povo mais simples, adorado por pastores de ovelhas. A imagem é de suprema diferença entre cuidado e condição: amado e humilhado. Embrulhado em panos, posto em uma manjedoura. Embrulhado, cuidado, amado, adorado pelos anjos — na manjedoura, humilhado, submetido, sofrendo entre os homens.
E é nesse contraste que encontramos o significado do Natal: O mais amado se dispôs vir passar a maior humilhação, para dar de presente Sua presença conosco para sempre. O Natal é a primeira cena do grande resgate: Jesus vindo resgatar os homens. Ele é o Salvador, puro e santo, que resolve por Seu suor e sangue a guerra dos homens contra Deus; Ele é o Rei cheio de justiça e sabedoria, que veio reinar de pertinho, no nosso meio, no nosso coração; Ele é o Filho de Deus que amou os homens, apesar de todos erros que cometem, e quer ensiná-los e trazê-los para junto de Si. Os pastores de Belém tinham razão em ter medo quando viram o anjo: Afinal, todos nós estamos em dívida com Deus e não podemos pagar. Mas essa é a boa notícia: nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. Deus não veio cobrar a dívida, mas quitar para sempre, na conta do Seu Filho. Boas-novas de grande alegria!
Aleluia, glória a Deus nas maiores alturas: Emanuel veio!
Vem de novo, Emanuel, Senhor Jesus!
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