Inimigo de Deus Eu Nasci, ReformedSound
“Nada em mim para Deus desejar, / nada em mim para Deus ter prazer. / Como amou-me? / Meu caminho foi escuridão, / cada passo foi rebelião, / Como amou-me?”
Dessa vez, um grupo, ReformedSound. São de uma igreja reformada do Rio de Janeiro e me ajudaram muito quando comecei a ter uma noção maior do tamanho do pecado e da liberdade da graça do nosso Deus. Escolhi esse louvor, mas ouvi diversos deles, e gostei muito.
Constrangedora sinceridade
Aqui o que mais me chamou a atenção – e feriu – foi a forma que essa canção fala da nossa condição diante de Deus. É muito honesta. Com esses irmãos eu aprendi a confessar abertamente meu pecado ao Senhor, sem a hipocrisia de tentar me justificar, afinal não há justificativa para o pecado. Posso me arrepender dos meus pecados de coração e por completo, percebendo que não há nenhuma desculpa. Por isso, aprendi também a ver de um jeito mais reluzente o quão bom Deus é em salvar quem de forma alguma merece ser salvo. Sim: Eu não tenho nenhum motivo a apresentar a Deus para que Ele me salve, mas isso não é mais uma tristeza, pois transformo isso em louvor ao quão livremente Deus me perdoou. Assim eu diminuo e a glória da graça do Senhor cresce. Numa frase: Eu não sou louvável por ter sido salvo, mas Deus é louvável por salvar até mesmo alguém como eu.
A sua conversão
Quero que com essa canção vocês também possam ver a história da conversão. Vamos olhar os versos agora: “Só as trevas aqui eu amei.” Não te vêm à mente imagens dos pecados com os quais você se alegrava? Você lembra de algo que você riu muito enquanto fazia, mas lembrando agora percebe que é vergonhoso? Veja bem: não somente andávamos em trevas, nós amávamos as trevas. Tínhamos prazer em pecar. O que pode ser mais odioso do que isso? O olho de Deus viu um rebelde sujo, que gostava de rolar na lama do próprio pecado, sem vergonha alguma.
Não só isso. O hino continua: “Nada em Deus desejei ou busquei.” Nós sequer pensávamos em Deus. Estávamos felizes pecando e não nos interessava o perdão. Você lembra o quanto você ignorava a vontade de Deus? Você já parou pra pensar que não tinha o menor interesse no seu Criador? Pense. Deus viu em nós rebeldes incrédulos, dando as costas a Ele, fazendo coisas abomináveis que nos distraiam do sentido da vida. É como diz a música, não fomos nós que buscamos a Deus, Ele nos buscou. Mais adiante: “Sim, graça eterna e soberana me alcançou.” Duas palavras aqui tem um mundo de significado: 1. “Graça”. Deus não ganhou nada em nos salvar, e nem era obrigado a fazer isso. Não existia nada em nós que fosse bonito, nem digno, nem interessante. Deus salvou por graça: Ele livremente quis salvar um povo e demonstrar assim o quão gloriosamente benigno e misericordioso Ele é. Deus sorriu para nós! Mas o motivo de nos salvar foi a Sua própria bondade, não qualquer coisa em nós. O sorriso genuíno e amoroso de Deus, que veio nos resgatar e perdoar sem merecermos, é graça. 2. “Soberana”. O Senhor não esperou sorrirmos a Ele. Ele mesmo se moveu e veio até nós. A Sua graça foi soberana – não foi uma tentativa. Ele não ficou esperando o nosso interesse. Ele mesmo se moveu e nos alcançou, nos perdoou, nos convenceu. “Visto que os homens não poderiam subir a Majestade Divina, Deus mesmo veio a nós.” Glória seja dada, pois, a Ele que nos alcançou.
Depois de tudo isso, acho que podemos concordar nisso: esse hino tem a confissão mais terrível da nossa miséria e rebelião, mas também o louvor mais alegre e satisfeito com a bondade livre e graciosa de Deus a nós.
“Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte? Graças a Deus por Jesus Cristo!”
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