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"Contos de Fadas," ou, Retratos do Nosso Coração | Lendo Tolkien

 Esses dias eu li o livro Árvore e Folha de J. R. R. Tolkien, que contém um ensaio em defesa dos "contos de fadas" e algumas estórias curtas. Gostei tanto e aprendi tanto que acho proveitoso compartilhar essa leitura. Assim, hoje quero falar sobre como pode ser benéfica a leitura de estórias com final feliz, e como isso pode até mesmo ajudar a entender melhor a história que vivemos. Vou comentar o ensaio do Tolkien, trazendo dele algumas citações que esclarecem a função e os benefícios desse tipo de leitura.
Antes de tudo, é importante definir o que tratamos como "conto de fadas." Nos termos de Tolkien, "contos de fadas" e fantasia em geral não tem muita diferença, porque "contos de fadas" não são estórias infantis, como normalmente pensamos. Antes, são estórias que satisfazem os anseios mais profundos dos seres humanos, como o desejo de explorar a beleza da vastidão do mundo, de ter comunhão com outros seres vivos, e de forma mais especial, o anseio por um mundo melhor e mais puro, onde o bem vence o mal e há felicidade para sempre. Ou seja, contos de fadas são as estórias que tocam o coração porque tratam do que gostaríamos que fosse verdade.
Dito assim, concordamos que essas estórias são muito nobres, o que leva Tolkien a perguntar:
 
 "Há necessidade de comentários, se um adulto os lê [os contos de fadas] por si mesmo? Os lê como estórias, isto é, não para estudá-los."
 
Dada a beleza dessa arte, os adultos não deveriam torcer o nariz para esses livros, nem quem se interessa por eles deveria se sentir envergonhado. Ler um conto de fadas deveria ser tão natural quanto ler um jornal: nenhuma justificativa se faz necessária. Nada de "eu leio por motivo de estudo, para entender a cultura da época em que foi escrito, etc.". Ninguém deveria sentir-se envergonhado em dizer "Leio essas estórias porque gosto." Afinal, bons contos de fadas são estórias que mexem profundamente conosco e é perfeitamente correto gostar deles.

A razão dessas estórias serem tão apreciáveis e satisfatórias é melhor explorada a seguir:

 "'"É verdade?" é a grande pergunta que as crianças fazem', Lang disse. Elas realmente fazem essa pergunta, eu sei; e não é uma pergunta a ser respondida de forma rude ou preguiçosa."
 "(…) Mas eu não me lembro em momento algum de que a minha apreciação de uma estória dependia da minha certeza de que tais coisas poderiam acontecer, ou que tinham acontecido, "na vida real". Contos de fadas claramente não eram primariamente sobre possibilidade, mas desejabilidade. Se eles suscitavam desejo, satisfazendo-o enquanto afiavam-no insuportavelmente, eles tinham sucesso."

 É claro que ler um conto de fadas é fundamentalmente diferente de ler o jornal, porque um trata do que aconteceu, e o outro trata de coisas fantásticas. Mas, como Tolkien diz, esses contos são satisfatórios porque nos ensinam a desejar. Eles não tratam de acontecimentos reais, na maioria, mas mostram muito bem um mundo que é melhor e mais belo que esse mundo aqui, e com isso afiam no coração um desejo profundo por esse lugar melhor. Já se espera que não sejam verdade, porque o que acontece ali muitas vezes é impossível de acontecer na vida real, mas há bondade neles. A leitura dessas estórias serve para acostumar os olhos (ou melhor, a imaginação, os olhos da mente) com o que é bom e belo — com heróis honestos e íntegros, com o mal sendo derrotado, com pessoas virtuosas, com alegria – com o que é puro, e principalmente com a esperança.

 Isso é o mesmo que dizer que os contos de fadas falam aos anseios mais profundos do homem. Nós naturalmente nos deslumbramos quando vemos algo belo, como uma pintura detalhada de uma paisagem exuberante. O mesmo acontece quando vemos algo bom e justo, como alguém ferido e abandonado na rua sendo socorrido e tratado com amor. Essa sensação de paz e de satisfação, que nos faz pensar "Ah, é assim mesmo que deve ser" é uma manifestação dos anseios do nosso coração. Os contos de fadas são estórias que apresentam justamente essas coisas, esclarecendo o nosso coração e nossos desejos mais puros – ou seja, afiando e satisfazendo esses desejos –, por isso nos sentimos bem com essa leitura. Nelas tudo é interessante, vemos desde árvores fantásticas cheias de folhas coloridas e majestosas (e, quem sabe, mágicas) até dragões terríveis que ameaçam aldeias, que precisam ser derrotados pelo herói mais destemido (e muitas vezes, o mais franzino) da região. Como gostaríamos de viver nessas terras, ver essas árvores, viver essas aventuras— nesse mundo há risco, e dragões matam, mas o herói quer o bem do seu povo, não somente preservar a própria vida ou ser honrado, ele é puro e justo. Também podemos dizer que o livro é uma janela pra um mundo onde as coisas dão certo, em que o autor nos aponta a beleza do que acontece na estória. Temos começo, meio e fim, tudo fica como deveria ficar, o mal é derrotado, o bem é recompensado, e nós, expectadores, gostaríamos de estar lá participando daquela alegria, da certeza de que tudo está sob controle.

 Por isso, Tolkien pensa que o público alvo dos contos de fadas não deveriam ser crianças (ainda que essa leitura seja recomendada a todos), mas adultos. Na própria vida dele, o gosto por essas estórias surgiu quando adulto:
 
  "Um gosto real por contos de fadas foi suscitado pela filologia quando ia me tornando homem, e foi levado à pleno vigor pela guerra."

É claro que quando criança Tolkien lia e gostava de contos de fadas, como a grande maioria das crianças. No entanto, ele confessa que não passava de mais um gênero de estórias, como aventuras e romances. Para ele essas estórias só ganharam um brilho especial – um sabor especial – quando cresceu e, principalmente, quando conheceu a realidade da guerra. Enquanto criança ele ainda não tinha paladar pra sentir essa doçura. Ir para o campo de batalha foi uma experiência impactante na vida de Tolkien, e voltando de lá ele aprendeu a valorizar e apreciar mais profundamente a leitura desses contos. Só os olhos que viram fogo e horror podem ver a pura beleza de pastos verdejantes.

Talvez a associação entre a guerra e os contos de fadas ainda não esteja clara, mas é fundamental. Veja:
 
 "Por que um homem deveria ser ridicularizado se, estando na prisão, tenta fugir e ir para casa? Ou se, quando não consegue fazer isso, ele pensa e fala sobre outros assuntos além de carcereiros e celas? O mundo lá fora não se tornou menos real porque o prisioneiro não pode vê-lo. Usando "Escape" desse modo os críticos escolheram a palavra errada, e, além disso, estão confundindo, nem sempre por um erro sincero, o Escape do Prisioneiro com a Fuga do Desertor." 
 "(…) Mas também existem outros 'escapismos' mais profundos que sempre apareceram nos contos de fadas e nas lendas. Existem outras coisas mais terríveis e sombrias das quais fugir além do barulho, fedor, crueldade e extravagância do motor de combustão interna. Há fome, sede, pobreza, dor, pranto, injustiça, morte."

Quando nós encontramos a realidade do sofrimento na nossa vida, percebemos que há algo de errado, que o mundo não deveria ser assim. É como se estivéssemos em um lugar desconfortável, longe de casa. É evidente que vivemos em um mundo quebrado, e as rachaduras da dor e da fome e da morte são terríveis e nos incomodam profundamente. Não gostamos disso, e é bom que tenhamos essa aversão. Como Tolkien diz, um prisioneiro está errado em querer escapar da cela? Não, não está. Por isso nós buscamos justiça e um mundo melhor, e esse anseio é fomentado e ao mesmo tempo alimentado pelos contos de fadas. Essas estórias nos apresentam um mundo bom, que não caiu e não é assombrado pela injustiça. Contos de fadas têm monstros, mas não têm desespero; têm dragões, mas não têm angústia.
 Ter vivido na guerra dá mais sabor aos contos de fadas porque mostra o quão errado pode ser o mundo real, deixado por si mesmo. Assim, essa leitura é recomendada porque nos ajuda a não nos conformamos com o mundo, como urubus rindo sobre a carniça, mas sim escapar para um mundo melhor, como peregrinos em busca de um lar. Ela nos ajuda a ver o que realmente é bom e justo. "Não se confunde o leitor com o Desertor," porque os contos de fadas não nos tiram da realidade, apenas nos mantém atentos àquilo que a realidade deveria ser; não devemos tentar encontrar florestas mágicas ou dragões no mundo real, mas sim apreciar mais os nossos pinheiros e tipuanas e reprovar os gananciosos miseráveis, apontando para uma maior esperança. Alguém pode pensar "Mas a vida é assim, feia, pare com sonhos bobos", mas está errado! Se eu sei o que é bom e correto, ainda que não o encontre diante dos meus olhos, não posso concordar com o mal. Ou seja, os profundos anseios do coração que clamam por justiça e beleza não devem ser calados. A consciência deve estar cativa à Verdade, não ao mundo.
 O homem deve gostar do que é belo, não do que é feio; se nesse mundo só há o feio, devemos estar sempre pensando em outros mundos. O mundo pode discordar, mas a verdade é essa: A morte e a dor não são assunto de piada; ser ingrato no ímpeto de ser mais esperto que todos não é bom; o fim principal do homem não é pisar na cabeça dos outros para ser rico: na vida humana há mais que dinheiro, orgulho e prazer. Há mais na nossa vida do que nós mesmos. Se a sociedade aplaude o que é ruim, devemos estar acostumados com outras sociedades – ainda que imaginárias – que realmente fazem o bem, mas nunca podemos nos conformar ao mal e àquilo que é ruim. Diante disso, percebemos que ler contos de fadas é bom porque esclarece as falhas desse mundo quebrado e faz o coração arder com a visão de um mundo bom, que desejamos, onde realmente gostaríamos de estar— em uma palavra, essas histórias mantém o coração acordado, para que não caia no maldito sono mundano de que "o mundo é assim" e que "o mal é tolerável."

Mas fica ainda mais profundo. O retrato de um mundo bom não é a única consolação que os contos de fadas podem trazer, além disso temos a possibilidade de algo mudar o mundo:
 
 "Mas a 'consolação' dos contos de fadas tem um outro aspecto além da satisfação imaginativa dos anseios anciãos. Muito mais importante é a Consolação do Final Feliz."

 Com isso, Tolkien quer dizer que contos de fadas mostram um mundo quebrado se tornando um mundo consertado— ou redimido. A estória segue assim: a situação ia de mal a pior, os inimigos estavam vencendo, o protagonista não tinha mais ideia do que fazer e todos seus amigos estavam desfalecendo, mas acontece algo extraordinário, vem uma ajuda com a qual ninguém podia contar e nem sequer imaginar, algo fora do controle mas que traz favor e graça e auxílio em tempo oportuno. Quando tudo apontava para uma catástrofe, o fim trágico de toda vida, acontece uma reviravolta maravilhosa e temos uma Eucatástrofe, uma catástrofe boa. Nada aquece mais o coração do que ler a estória de um personagem querido que de alguma forma é resgatado da morte por uma graça inesperada, e então tem a garantia de felicidade para sempre. É a mudança da morte para a vida, o vislumbre de alguém restaurando a justiça, pondo tudo em ordem, consertando o que estava quebrado, salvando os mocinhos da mais terrível situação— remindo o mundo. A narração da vida de um herói que no momento em que não tinha mais esperança em seus próprios esforços, foi resgatado por uma esperança de além das paredes do mundo, é comovente. Assim, ler contos de fadas é bom para muita coisa, mas em especial para isso: ver um final feliz na estória, onde todos ficam felizes para sempre— e suspirar anseando por um final feliz na nossa própria história.

Acredito que os benefícios da leitura de contos de fadas já estão claros e que podemos perceber que essas estórias são de fato nobres. Mas Tolkien vai além — graças dou a Deus por isso — e faz a seguinte constatação:
 
 "Os Evangelhos contém um conto de fadas, ou uma estória de um tipo maior que engloba toda a essência dos contos de fadas. Eles contém muitas maravilhas— peculiarmente artísticas, belas e comoventes: 'míticas' em sua significância perfeita e autocontida; e entre as maravilhas está a maior e mais perfeita Eucatástrofe concebível. Mas essa estória entrou na História e no mundo primário; o desejo e a aspiração da Sub-criação foi elevada para o cumprimento da Criação. O Nascimento de Cristo é a Eucatástrofe da história do Homem. A Ressurreição é a Eucatástrofe da estória da Encarnação.
 Essa estória começa e termina em gozo. Tem preeminentemente a 'consistência interna da realidade'. Nunca foi contada uma estória que os homens quisessem tanto que fosse verdade, e nenhuma que tantos céticos aceitaram como verdadeira por seus próprios méritos. Isso porque a sua Arte tem o tom supremamente convincente da Arte Primária, isto é, da Criação. Rejeitá-la leva ou à tristeza ou à ira."
 
 Essas boas notícias de Jesus Cristo, Filho de Deus, são a mais perfeita satisfação de todos os mais profundos anseios do coração, são o conto de fadas por excelência, porém são ainda mais que um conto de fadas: são a estória que existe na História. O Evangelho é a notícia de que Jesus Cristo nasceu lá no oriente médio, há quase dois mil anos, para trazer aqui nesse nosso mundo a maior Eucatástrofe do universo: os homens que estariam condenados para sempre agora podem confiar nesse Salvador.
 A Encarnação é a Eucatástrofe na história de homens rebeldes, pois é Deus Pai enviando Deus Filho para salvar os pecadores sujos, gente que pode desesperar de seus esforços porque merece condenação; o Santo Deus, que se ira contra o pecado, se torna homem santo para que os homens pecadores tenham esperança de perdão nEle. Que notícia poderia ser melhor? "Visto que o homem não poderia alcançar a Majestade divina, Deus veio resgatar os homens!" Mas a história que parecia tão perfeita por um momento parece ser frustrada: esse bendito Salvador, Jesus Cristo, é rejeitado em Jerusalém, e os homens, cegos de orgulho, matam-No, o Criador do mundo. Nesse dia a esperança morre e é sepultada.
 E justamente por isso a Ressureição é Eucatástrofe inefável: mesmo que a humanidade tenha assassinado o Filho de Deus, Ele ressurge dos mortos e não morrerá nunca mais. O ponto mais desesperador da história, a Crucificação do Salvador, Ele numa reviravolta inimaginável agora usa como sacrifício que substitui os Seus: na cruz Ele foi condenado, sobre Ele caiu a Ira, para que o Seu povo agora justificado não seja condenado jamais, e tenha paz com Deus. Assim Jesus Cristo demonstra graça, perdoa por completo os que nEle confiam e lhes dá o Espírito Santo, que transforma os seus corações para que conheçam a beleza infinita do Senhor da Glória; sim, Aquele que na hora crucial foi abandonado para morrer sozinho ressuscitou e promete estar com Seu Povo todos os dias, até a consumação dos séculos, e em breve os resgatar desse mundo quebrado e restaurar toda a criação para que seja lar da justiça, e nos dar a mais genuína comunhão para sempre na eterna cidade do Senhor e Seu povo.
 Esse conto de fadas real é fato histórico, não há como negar, o Cristo andou por Israel anunciando um novo reino até ser morto, então ressuscitou e tendo dado as últimas instruções, subiu ao céu, e as testemunhas da Sua ressureição chegaram até a morrer para contar a todos quanto puderam essa notícia, e o Espírito que Ele enviou ainda arde nos corações do Seu povo, confirmando a verdade. É, a nossa história tem a Eucatástrofe do Evangelho de Cristo Jesus. Por isso é como Tolkien diz: rejeitá-la leva à tristeza ou à ira. Se não confiamos nesse Cristo, não resta esperança de final feliz. Se rejeitamos esse Cristo, é melhor dormir e sonhar que o mundo "é do jeito que é, e não pode mudar", porque ficar acordado imaginando que poderia ser melhor é se irar contra a injustiça do mundo — se irar até a morte, sem esperança de redenção.
 Enfim, temos isso: a história do mundo é o conto de fadas de como um povo perdido foi e será resgatado pelo Senhor Jesus Cristo, e nós somos esse povo se confiamos nEle como Salvador; podemos ler bons contos de fadas e nos alegrarmos com a beleza de um mundo restaurado: lemos as estórias, suspiramos maravilhados, negamos ser conformamos com o presente mundo, e assim ficamos acordados, mais atentos para o que o Evangelho anuncia, porque o nosso mundo real é ainda melhor, e sua Eucatástrofe nos trouxe alegria inefável e cheia de glória.

Santo Deus e Pai amado, até contos de fadas nos mostram a Tua glória. Te louvamos por isso e pedimos ajuda para contemplá-la: que Teu Espírito Santo nos dê olhos bem atentos para vermos nos livros, nas séries e nos filmes o modo que o nosso coração é representado; como necessitamos de esperança e desejamos o Bem, ainda que sejamos maus sem Tua graça em nós. Espírito Divino, mantém-nos acordados para o que é mais importante do que os sonhos dos nossos próprios objetivos egocêntricos: acorda-nos para o mal no mundo e para a necessidade de redenção, e faz isso também através de boas estórias– que o desespero e o livramento do herói me ensine a desesperar de mim e a procurar ajuda e graça em Ti. Mexe o nosso coração, faz-nos suspirar com a beleza dessas estórias, e então estarmos mais atentos e sedentos quando lermos o registro da nossa História, a Tua Palavra. Ensina a mente e o coração, Santo Espírito que nos regenerou e nos acordou para a realidade da redenção.
 Pai amado, quão gloriosa é a certeza de que és o supremo autor da história do mundo! Tu estás acima de tudo, e diriges cada coisa que acontece, de modo que no final, quando a cortina se fechar, serás glorificado por tudo que aconteceu. A nossa vida és Tu quem guias, Senhor, e podemos confiar em Ti. Nos ajude a sermos fiéis e buscarmos a Tua glória, não a nossa. Podemos ver dia após dia as bençãos que nos dás, mas nenhuma se compara à grande Eucatástrofe. Senhor Jesus Cristo, nos salvaste! Faze-nos fiéis a Ti, Te amamos. Confessamos que frequentemente somos insensíveis, vemos a Tua glória mas não Te louvamos, sentimos gratidão, mas não agradecemos. Quanto tempo vivemos na ignorância e não nos importavamos com o rumo da nossa vida, dormíamos, mas nos acordaste por Teu Espírito. Senhor, nos ajuda a crer na história mais real do mundo, Tua história, e nos dá forças para sermos ativamente parte dessa história, sofrendo se necessário por estarmos unidos a Ti. Senhor Jesus, nosso coração está posto em Ti, mantém-no assim.
 Deus Pai, dá-nos mais graça. Em nome do Teu Filho, nosso Senhor, oramos. Amém.


Árvores fantásticas enchem os olhos e nos fazem dar mais atenção às árvores reais, mas nenhuma se compara à Árvore da Vida!


  Obs:

 As citações são minhas traduções do livro:

 TOLKIEN, J. R. R. Tree and Leaf. [S. l.]: HarperCollins Publishers, 2009. 150 p. ISBN 9780007105045. E-book Kindle.

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